Foi o movimento feminista que, nos anos 1970, trouxe para o cenário público e político os problemas que até então eram considerados particulares com a violência que as mulheres sofrem dentro de casa, o trabalho doméstico que realizam sozinhas, a falta de creche para poderem sair para trabalhar, entre outros.
Ao questionar a opressão e a violência que as mulheres sofrem, vários elementos foram surgindo e denunciados como mecanismos para manter a violência: desde a impunidade, as legislações discriminatórias até a falta de autonomia e autodeterminação das mulheres.
A violência sexista, até esse momento, era vista como um problema de cada mulher ou de cada família. Alguns dizeres muito usados nessa época eram: em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, ou tapa de amor não dói. Assim, era muito fácil justificar a violência.
Os assassinatos eram justificados com o argumento de legítima defesa da honra! Mas as feministas foram para a rua e denunciaram essa violência como um problema político e
social, cobrando de toda a sociedade medidas para acabar com a violência.
social, cobrando de toda a sociedade medidas para acabar com a violência.
Quem ama não mata, não humilha e não maltrata. Com essa palavra de ordem, centenas de mulheres se dirigiam às portas dos tribunais para exigir a punição de Lindomar Castilho e Doca Strit, criminosos cruéis que, para saírem livres, diziam ter matado por amor. Esses casos tiveram grande repercussão na sociedade, o que despertou muitas mulheres para a situação de violência em que viviam.
Nos anos 1980, as feministas passaram a elaborar políticas públicas e exigir do Estado que as colocassem em prática.
Assim, nasceram as primeiras delegacias e
Assim, nasceram as primeiras delegacias especiais da mulher, para que as mulheres tivessem mais coragem e não fossem maltratadas, como costumava acontecer nas outras delegacias. O chamado, naquele momento, e que ainda é um desafio, era “vamos romper o silêncio para acabar com a impunidade”.
Com isso, o movimento de mulheres inaugura uma nova forma de ação: levar suas demandas para serem incorporadas em forma de políticas públicas pelos governos.
Essa prática, ao mesmo tempo em que é importante porque responsabiliza o Estado por ter políticas para alterar as desigualdades, não pode estar desvinculada de uma ação coletiva e global que aponte para mudanças profundas na sociedade.
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